terça-feira, 25 de setembro de 2012

Qual a receita para se criar um manga de sucesso?
Não basta apenas uma boa idéia ou um desenho bacana, é preciso muito mais.
Se atualmente existe uma fórmula de êxito nos mangás, ela está na revista Shonen Jump, que, sob o lema “perseverança, amizade, vitória”, vem criando sucessos mundiais há quase 30 anos. Acompanhe a seguir a “receita” desenvolvida por ela (e seguida por suas concorrentes) no gênero de mangás para meninos.
1. O protagonista
Ao eleger o personagem principal, lembre-se: ele geralmente tem “alma infantil”, é ingênuo, puro de coração, valente e fiel aos amigos. Não desiste nunca e nem teme perigo algum. Exemplos: Goku, Yuusuke Urameshi (YuYu Hakusho), Ruffy, Naruto etc. E ter um visual impactante é fundamental.
2. Objetivos
Nos melhores mangás shonen, o herói é sempre movido por uma grande aspiração, que lhe possibilita mostrar sua determinação e seu valor. Ele quer se tornar o guerreiro mais poderoso do Universo? O maior pirata? O melhor jogador de basquete? Ou o melhor padeiro? (Acredite, isso existe!)
3. Os amigos
Uma lição presente em todos os mangás é o valor da amizade. O que seria de Goku sem Kuririn? Os amigos complementam a personalidade do herói e enriquecem a história. Eles podem até competir entre si, mas é sempre quando atuam lado a lado que superam os maiores desafios.
4. O rival
Nas pesquisas de popularidade das principais revistas, os rivais aparecem sempre no topo. Dois bons exemplos são Vegeta e Sasuke, que fazem Goku e Naruto, respectivamente, darem o melhor de si a todo momento. Um grande rival é quase tão importante quanto um protagonista carismático.
5. O toque do autor
Mas receita nenhuma, por mais tradicional ou inovadora que seja, garante a qualidade ou o sucesso da história. Afinal, cada balão é preenchido com as idéias do autor e, no final das contas, é o talento dele, pessoal e intransferível, que dá sabor à trama e, se for bem-sucedido, cria os clássicos.
Há algum local no Japão destinado à cultura dos mangás?
Nas grandes cidades japonesas, o difícil é justamente fugir dessa cultura. Mas o epicentro do fenômeno está no bairro de Akihabara, em Tóquio. Lá existem dezenas de lojas de mangás (como a Tora no Ana), fliperamas construídos pela própria Sega, quiosques de brinquedos, miniaturas e as mais diversas traquitanas tecnológicas, além de bares e cafés temáticos para todos os gostos e eventos praticamente todas as semanas para o lançamento de diversos produtos, com pocket shows dos artistas favoritos dos fãs.
Essas lojas são todas enormes e ocupam prédios inteiros, com diversos departamentos diferentes. Ou seja, são verdadeiros templos do consumo otaku.
A Asobit City é um bom exemplo. Confira as suas subdivisões, por andar:
Subsolo: jogos de PC e mangás adultos.
Térreo: brinquedos baseados em robôs, principalmente a série Gundam.
Primeiro: videogames e acessórios.
Segundo: brinquedos e modelos baseados em personagens de animês e mangás.
Terceiro: modelos em escala de carros, trens, aviões e outros veículos, inclusive movidos por controle remoto.
Quarto: artefatos para cosplay, camisetas e acessórios com personagens de animês.
Quinto: réplicas variadas de armas, uniformes militares e trajes de caça.
Por que os personagens têm expressões tão exageradas?
Os japoneses têm uma longa tradição de humor baseada em caretas e outras expressões engraçadas – a palavra mangá significa “desenhos irreverentes”. Outra explicação vem da herança que os mangás receberam das caricaturas.
Por isso, os mangás e animês desenvolveram uma linguagem própria para as expressões dos personagens. Confira algumas.
Gotinha: significa constrangimento, muitas vezes por causa de alguma coisa bizarra ou “sem noção” que outro personagem faz.
Olhos brilhando, bochechas coradas: encantamento e sentimento de grande alegria.
Veia saltando: indica a fúria de alguém.
Nariz sangrando: é um sinal utilizado para mostrar que o personagem está excitado.

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